Saiba mais sobre Terapia Cognitiva

As terapias baseadas em pressupostos cognitivos, conhecidas como Terapias Cognitivas, são abordagens de psicoterapia que têm ganhado progressivo reconhecimento dentre os tratamentos psicológicos no contexto de saúde mental.

Estas abordagens se implicam em testar a validade da sua intervenção através de pesquisas, que vêm sendo realizadas desde a década de 1970, com os primeiros ensaios clínicos de pesquisa voltados para verificação de resultados no contexto da Depressão. Apesar do interesse inicial no tratamento da Depressão, a continuidade em verificar resultados fez com que a Terapia Cognitiva baseasse sua prática em evidências, contribuindo para que ganhasse destaque no tratamento de outras condições de saúde também.

Atualmente, as pesquisas indicam ganhos elevados desta abordagem para o tratamento de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Depressão, Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Pânico e outras manifestações ansiosas.

Preciso ter um diagnóstico para me beneficiar da Terapia Cognitiva? Como esta abordagem terapêutica concebe os diagnósticos em saúde mental?

Apesar de frequentemente se utilizar os manuais de classificação como facilitadoras da condução de pesquisas para verificação das melhoras estratégias de intervenção a serem implementadas, não é necessário apresentar diagnóstico psiquiátrico prévio para se colher os ganhos da terapia cognitiva. A terapia cognitiva pressupõe que os diagnósticos são importantes norteadores do tratamento, no entanto, as condições emocionais apresentam-se de forma dimensional. A título de exemplo, todos nós apresentamos ansiedade. Algumas pessoas a vivenciam em níveis mais elevados e outras em níveis reduzidos. Ainda que você não possua um diagnóstico formal, considerando a perspectiva dimensional, você pode se beneficiar de estratégias de intervenção que foram previamente verificadas como bem sucedidas no tratamento de ansiedade, atingindo uma qualidade de vida ainda melhor.

Existe mais de uma Terapia Cognitiva?

O termo utilizado até este momento do texto “Terapias Cognitivas” diz respeito às diferentes abordagens que compartilham um mesmo pressuposto: O processamento da informação (cognição) é o mediador da nossa relação com o ambiente. Ou seja, a forma como entendemos as situações, e não as situações em si, é que irá modular nossos sentimentos e comportamentos. Este entendimento nem sempre é racional ou lógico, e varia de pessoa para pessoa a partir das suas características pessoais. A individualidade de cada um é influenciada pela história de vida, predisposições genéticas e fisiológicas etc. e irão contribuir para a formação de uma rede de crenças que irão nortear as atitudes e reações emocionais de cada um. Essas crenças que desenvolvemos ao longo da vida se desdobram em padrões de funcionamento automáticos e assim tendem a influenciar comportamentos e emoções. Assim, o processo de terapia cognitiva envolve o conhecimento da atividade cognitiva de cada um, que pode contribuir para uma baixa qualidade de vida.

As diversas terapias cognitivas trabalham a forma como processamos as informações e nos relacionamos com nossos processos mentais, como os pensamentos e interpretações que temos sobre as situações. No entanto, existem variações em relação ao método de intervenção e os modelos de funcionamento cognitivo que cada uma delas considera.

Alguns exemplos de abordagens cognitivas são:

  • Terapia Cognitiva de Beck
  • Terapia do Esquema
  • Terapia Cognitivo-comportamental baseada em Mindfulness
  • Terapia Cognitivo Processual
  • Terapia da Reciclagem Infantil
  • Terapia Racional Emotivo-Comportamental
  • Terapia da Aceitação e Compromisso
  • Terapia da Compaixão